quarta-feira, 20 de julho de 2011

            Mais um pouco  das sábias palavras  de Chagdud Tulku Rinpoche  

      Para transformar a mente, primeiro precisamos saber muito claramente onde  estamos. Agora vivemos nossa experiência sabendo que se pusermos nossa mão no fogo, nos queimaremos. Na terminologia buddhista isso é chamado "verdade relativa". A verdade relativa não pode ser negada. Ainda assim,  ela é como se fosse um sonho. Quando estamos sonhando, se um amigo vem e  nos dá um presente, ficamos felizes.Se um inimigo vem e nos tortura,  temos um medo tremendo e sofremos enormemente. Ainda assim, quando acordamos do sonho vemos que realmente não havia amigo, nem inimigo, nem  ganho, nem tortura. Nunca nos movemos da nossa cama, estivemos dormindo  por todo o tempo. 
      De modo similar, do momento do nosso nascimento ao momento em que seremos reduzidos a cinzas, nossa vida é como um longo sonho. Todas as nossas  experiências parecem ser verdadeiras enquanto as vivemos e não podem ser negadas. Mas num nível absoluto, elas não são verdadeiras. Nossa experiência da verdade relativa muda constantemente. A experiência vem e vai. É transitória, ilusória por natureza. Isso é tudo o que há? Irá  interminavelmente passar por ciclos como esse, para sempre?
      Dentro do contexto do sonho, não há nada que possamos fazer sobre a  realidade relativa transitória. Mas podemos despertar, terminando com a experiência negativa desse sonho. Quando nosso fluxo de pensamento é permeado com confusão e delusão, ele nos dá uma experiência onírica. Despertar é revelar a natureza absoluta da mente. Até que despertemos plenamente, como a experiência imediata da verdade  relativa pode ser mudada? A resposta é: através da virtude.À extensão de  que pensemos, falemos e ajamos virtuosamente, podemos modificar a experiência do sonho. Ele não muda da noite para o dia. Através dos esforços que fazemos, dia após dia, vagarosamente, ela muda. Quanto mais  fortemente aplicarmos o altruísmo (afastando a noção do ego), mais rapidamente veremos resultados. Pensamentos virtuosos significam focalizar mais nos outros e menos em nós mesmos. Logo, como praticantes, dedicamos  todo nosso ser, todos os nossos pensamentos, a nossa fala e as ações do  nosso corpo em benefício dos outros. Isso é a virtude, e há vários modos  de praticar essa acumulação de mérito. Podemos agir para servir os outros,  ajudar através de nossa fala, através de nossa riqueza. Mesmo se não  possuímos muito, podemos ao menos oferecer alguma bebida a alguém que está   sedento ou dar um pouco de comida para um pássaro. Criar benefício para  outrem cria virtude. 
      Também acumulamos mérito através de nossa fé e de nossa devoção.Através das prostrações, criamos virtude do corpo. Fazendo mantras, criamos  virtude através da fala. E há muitos métodos para criar virtude no fluxo mental. O Buddha ensinou oitenta e quatro mil diferentes métodos, todos  buscando, em última instância, modificar a mente. Isso não significa que  cada pessoa precise realizar cada método. Por exemplo, não importa qual é  a forma do nosso corpo, encontramos ou fazemos roupas que se ajustam a  nós, como nós somos. De maneira similar, precisamos encontrar o método que  é adequado para nós do jeito como somos ..... continua amanhã !!!!

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