Oiii ...voltei ..depois de uns diazinhos fora do ar "rsrsrsr" .... mais um pedacinho do livreto de S.E. Chagdud Tulku Rinpoche e traduzido por Lisa Leghorn no Sonoma Zen Center, Califórnia, em Junho de 1990 .
Hoje um pouco sobre a impermanência e diferentes caminhos espirituais .
... Para sustentar e dar suporte à nossa prática, cultivamos o reconhecimento da impermanência. Para qualquer lugar que olhemos, há uma mensagem de mudança. Não importa quanta felicidade ou tristeza, raiva ou regozijo experienciemos, precisamos reconhecer sua natureza no momento, pois também irá mudar. É como o movimento de um dançarino. No decurso da dança, a face mudará, o corpo mudará. Precisamos evitar transformar cada gesto ou movimento em uma grande situação. Ao invés disso, reconhecemos sua
natureza ilusória e mutável, e aplicamos esse entendimento em todas as nossas ações. Nunca negamos a importância do não fazer mal aos outros e do fazer bem a eles, enquanto ao mesmo tempo entendemos sua qualidade ilusória e mutável. Isso nos ajuda a apreciar a preciosidade de cada momento e do curto instante que temos para estarmos juntos.
Se, entretanto, como praticantes de qualquer busca espiritual, dissermos que "Meu caminho é o melhor" e desenvolvermos um orgulho tremendo sobre nosso caminho, nosso professor e nossa prática, essa falha irá envenenar nosso fluxo mental. Não compete a nós julgar diferentes professores e diferentes práticas. Isso é como olhar para um peixe e dizer, "Ó, esse pobre peixe, está todo molhado. Deve ser realmente frio, então irei cuidar dele e tirá-lo da água onde ficará seco e quente". Isso não irá fazer muito bem ao peixe. Ou o peixe poderia olhar para nós e dizer "Todos esse pobres seres humanos que estão lá fora, onde é tão seco, eu gostaria de vê-los felizes na água comigo". Essa não é a resposta. Prática significa olhar para a própria mente e reduzir os venenos que ali encontramos. Precisamos respeitar cada pessoa e a prática de cada pessoa.Se não vemos as boas qualidades de uma pessoa, a falha se encontra na nossa percepção. Se nossos olhos não estão bons, vemos algo incorretamente e dizemos "Bem, aquela coisa tem falhas". Não é o objeto que apresenta falhas, mas a nossa vista. O que necessita de correção é nosso ponto de vista.
O caminho espiritual é como um espelho, fazemos uso dele para nos enxergarmos. Não é como uma janela, pela qual olhamos para fora, julgamos e apontamos os outros. Se o nosso rosto está sujo quando olhamos o espelho, então precisamos limpar nossa própria face, não o espelho.
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